O seu gesto constituía uma maneira subtil de não esquecer que também se havia de transformar em pó. (Melville)

sábado, 21 de maio de 2011

As traseiras que nunca enxergamos

Traseiras da Rua Pinto Bessa (entre Campanhã e Bonfim), Porto (16-05-11)

Final dos anos 80 (início de 90) do século passado: costumávamos ir ao Porto comprar as Doc Martens e sapatos de poupa, ouvir discos e andar a pé. Um dia passou-me pela cabeça ser fotógrafo por causa das ruas e dos edifícios do Porto, e assim por lá andávamos a planear enquadramentos com as mãos em concha e uma máquina imaginária. Admirava aquela decadência orgulhosamente despreocupada, irmanada à chuva e aos pombos, sempre envolta num manto cinzentíssimo que se dispersava pelo rio, que eu imaginava, aliás, sempre granítico.


Nenhum comentário:

Postar um comentário