O seu gesto constituía uma maneira subtil de não esquecer que também se havia de transformar em pó. (Melville)

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Perto do Fim



Novembro (2011), Braga

domingo, 23 de outubro de 2011

Verosimilhança nula

Um olhar da rua do Avioso, Santa Maria do Avioso, Maia (Outubro 2011)

Mas com quê? O país assemelha-se a Portugal. O tal jardim: afeiado nos pormenores. Confuso nas razões. E multiplicando-se em requintes de esquecimento. De qualquer forma ainda nos surpreende.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

À moda antiga

Hard Club, Porto (01-10-11)

Em 1998, talvez 1999, recordo uma francesinha especial no café Luso, 8 ou 9 príncipes, e uma visita ao antigo mercado Ferreira Borges onde decorria uma festa do livro em saldo. Comprei oito. E não os perdi, mesmo após uma visitinha ao falecido Meia Cave. Este sábado, encaixei primeiro na Ribeira uns príncipes, e depois uma francesinha especial, muito bem acompanhado, diga-se, antes de ruminar o fartote num concerto do Peter Murphy no Hard Club, sito no antigo mercado Ferreira Borges, devidamente reciclado, mas apenas por dentro. O cujo merece um dito: nascido em 1885, para fazer esquecer o irmão da Ribeira, parece que foi tudo e talvez mais um pouco. Está risonho e patusco, de cara lavada e frontaria animada por uma esquadra de polícia, com a breca…

domingo, 18 de setembro de 2011

Braga: fora cá dentro


FMI: festival de Música Independente, Liceu Sá de Miranda, Braga (17-09-11)
Noite

Estádio AXA em Braga (11-09-11)
Jogo: Braga-Gil Vicente

Obviamente na falange adepta do Gil Vicente.

Postal

Ofir, Fão (14-05-11)

O primeiro dia de praia a sério foi em Maio.

domingo, 4 de setembro de 2011

Escrevia silêncios e fixava vertigens

Algures à entrada da Cidade de Braga ( Setembro 2011)

Posso estar enganado, mas Rimbaud não estaria por ali. E se estivesse teria escrito?:


"Lois des oiseaux, des troupeaux, des villageoises,
Que buvais-je, à genoux dans cette bruyère
Entiurée de tendres bois de noisetiers,
Dans un brouillard d' après-midi tiède et vert?"

domingo, 28 de agosto de 2011

Estações

Vila Nova de Cerveira (Janeiro 2011)

Sempre que passo em Vila Nova de Cerveira, recordo-me da lontra solitária que conheci no Aquamuseu do Rio Minho, penso que por volta de 2006, pouco tempo após este ser inaugurado. Interrogo-me se ainda será viva, e se estará (ainda) sozinha.
A confluência em tão curto espaço do rio, do mar e monte, desperta-nos um desejo absurdo de…viver.


Vila Nova de Cerveira (Agosto 2011)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Curvas

Buarcos, 13-08-11

Gosto de nuvens. Gosto de mar. Gosto de curvas: a curva verde em Alvalade; a curva da praia de Buarcos quando está pouca gente…

domingo, 24 de julho de 2011

Austerlitz

É claro que a fachada principal da gare de Austerlitz, eventualmente, daria uma fotografia interessante. O problema quando se chega à gare é saber onde encontrar seja o que for: as linhas de metro correspondentes; as linhas do comboio RER (comboio urbano) ou as linhas de comboio regional e nacional, dado o gigantismo e o emaranhado de cais dispostos em vários andares. Construída em 1840 e ampliada nas décadas de 1860 e 1870, interessou-me pelo seu belíssimo nome - devendo-o a uma batalha ganha por Napoleão em Austerlitz (hoje Slavkov u Brna) na República Checa, também conhecida por Batalha dos Três Imperadores – e por um livro homónimo de W.G. Sebald. Em “AUSTERLITZ” de Sebald, Austerlitz chega à gare de Austerlitz vindo da Bastilha e entra, segundo creio, literalmente pela fachada superior de uma das partes do edifico. Talvez esta.

Uma perspectiva da Gare de Austerlitz, Paris (Julho 2011)

A gare é hoje uma amálgama de estilos com telhado e estrutura novecentista. Não sendo um lugar hostil, transmite-nos uma sensação de inquietude, dir-se-ia inexplicável. Mas tudo se torna mais fácil depois de um longo passeio ali ao lado no Jardin des Plantes, ou por contraste, após um passeio junto ao complexo composto de 4 edifícios que constituem a nova Biblioteca nacional de França, ou Bibliothèque François Mitterrand, inaugurada em 1996, conjunto esse que, pelo seu gigantismo e manifesta fealdade, dificilmente se imagina como um corpo que albergue livros no seu interior, eventualidade que não conseguimos contrariar, após quilómetros de fainas em seu redor. Austerlitz, também andou por aqui. E passeou, segundo creio recordar, com uma senhora no Jardin des Plantes. Austerlitz é a demanda da memória. Austerlitz poderíamos ser nós.


Biblioteca François Miterrand, Paris (Julho 2011)

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Já passou um ano


Londres, zona de Shoreditch, Julho 2010

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Fartos de enganos

in Zebreiros, Foz do Sousa (15-06-11)

Uma curva e um olhar assim ao Douro, penso: gosto disto.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Portugal em festa II

São João da Madeira, Junho 2011

Sempre gostei da antecipação da festa. Um gajo às vezes nem dormia. Aprecio esse vazio, a preparação, os pequenos nadas. Depois fica o vazio também. Os co(r)pos e as memórias dispersas do dia seguinte.

domingo, 12 de junho de 2011

O 10 de Junho e as bandeiras dos nossos avós

Castelo de Lanhoso, (10-06-11)

Aqui estou, bem no cimo do Monte do Pilar, quase deitado no – supostamente - maior monólito granítico de Portugal. Um santuário substituiu no séc.XVIII parte do castelo, alimentando-se da sua pedra. Preferiríamos o castelo todo, e mais houvesse. Entretanto, respira-se bem, entre pensamentos elevados e duas ou três famílias passeantes, onde o decoro minhoto se traduz em relações familiares de enlevado carinho: “olha-me aquele filho-da-puta, que não para quieto”- dizia a avó visivelmente orgulhosa sobre o traquina do neto…

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Portugal em festa

Vila de Arganil, 07-06-11

Chega-se a Arganil, por exemplo, percorrendo o IP3 e a IC6, viagem de vista agradável e sempre radical no governo do veículo que nos transporta. Parece que as tropas napoleónicas andaram por aqui, o que se confirma pelo elevado número de ruínas que rodeiam a vila antiquíssima. Ali, o Mont’Alto chama-nos, enquanto percorremos com o olhar e o corpo, o Largo de Ribeiro de Campos, rodeado de casario antigo, com alguns exemplares belíssimos abandonados. Percorrendo as ruas estreitas acavaladas de casas, não pude deixar de pensar num centro histórico de uma cidade grande. Não havia dúvida, estava em Portugal. E aproximava-se a festa.



Rua do Jornal de Arganil, Arganil, (07-06-11)

terça-feira, 31 de maio de 2011

A montanha que o pariu

Avepark - Zona Industrial da Gandra, S. Claudio do Barco, Caldas das Taipas, Guimarães (Maio 2011)

Os ficheiros não são secretos, apenas desconhecidos. Apesar do parque, moderno derivado a ser tecnológico, apreciamos o vazio e as espécies vegetais que crescem à toa. Por fora todo um mundo, a bem dizer: agricultura; pistas para passeadores e biclas; casas e alguns espaços avulso. Um arranjo limpinho, tipo K.

domingo, 29 de maio de 2011

Força


Largo da Porta Nova (também conhecido por Calçada), Barcelos (2011)

domingo, 22 de maio de 2011

Matamorfismos

Casa de xisto, Santiago de Bougado, Trofa (16-05-11)

Gosto de casas. E mesmo estando em movimento, sou menino para parar e ficar a olhar para uma. As casas sempre tiverem um sentido, ou mesmo vários, para serem assim ou assado. Entretanto, optamos por fechar os pensamentos em gaiolas, e compramos casas para provar que somos capazes de nos endividar e isso, claramente, será o mais próximo que estaremos do sublime….

sábado, 21 de maio de 2011

As traseiras que nunca enxergamos

Traseiras da Rua Pinto Bessa (entre Campanhã e Bonfim), Porto (16-05-11)

Final dos anos 80 (início de 90) do século passado: costumávamos ir ao Porto comprar as Doc Martens e sapatos de poupa, ouvir discos e andar a pé. Um dia passou-me pela cabeça ser fotógrafo por causa das ruas e dos edifícios do Porto, e assim por lá andávamos a planear enquadramentos com as mãos em concha e uma máquina imaginária. Admirava aquela decadência orgulhosamente despreocupada, irmanada à chuva e aos pombos, sempre envolta num manto cinzentíssimo que se dispersava pelo rio, que eu imaginava, aliás, sempre granítico.


domingo, 15 de maio de 2011

Uma rua

Rua das Tulipas, Fânzeres, Gondomar (Abril, 2011)

Poderia ser das flores. Mas é apenas das tulipas. Não que se vislumbrem quaisquer indícios daquelas em geral ou destas em particular, para bem da minha rinite alérgica. Simplesmente um caos urbanístico, onde quintais e envergonhados campos se misturam com casas e prédios, muros, ruas e ruelas, sem oportunidade sequer de se poder olhar para cima. Recordo-me de pensar:”para onde raio foram as abelhas?”…

domingo, 8 de maio de 2011

Casulo

Leiria (05-05-11)

domingo, 1 de maio de 2011

O falcão no interior de nós

Pinhel ( 2010)

Inesquecível observar o Castelo do parque da Trincheira. Imperdível uma visita ao castelo com as suas torres e o casario que o rodeiam, com vista para a Serra da Marofa. E depois o ar, o espaço aberto. A calmaria. Além fica Espanha, e por perto, Almeida, Trancoso, Guarda. Imperdoável, o esquecimento.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Restos de 2009:lembrei-me

Quiaios, abril de 2009

Abril 2009: a crise ainda tinha outro nome. Só a chegada à casa daria uma investida cinematográfica experimental, com honras em Sundance. Andámos kms a pé para encher a despensa com direito a perseguição a sangue frio, mas estava tão pouca gente que tudo parecia mentira, até a areia e o mar disponíveis…

domingo, 17 de abril de 2011

Sonhos a jacto

Costa do Valado (Oliveirinha), Aveiro (14-04-11)

Costa do Valado é uma estrada rua, cingida por algumas indústrias, habitações, campos e a sempre presente bomba de gasolina. Costa do Valado, presume-se, já terá sido uma igreja com a sua praça, aí mesmo onde começa a rua direita que nunca se sabe onde acaba; aí mesmo em frente ao actual edifício dos correios, ao lado do mais recente lugar social das nossas dores: a farmácia.

Fiquei sem saber se aquele avião a jacto na publicidade antiga junto à igreja representaria - ou se alguma vez terá representado - um lugar diferente.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Morte ao Sol

Mosteiro de Leça do Balio (13-04-11)

É claro que já sabíamos da presença da Super Bock em Leça do Balio. Entretanto, passagens antigas denunciavam espaços cognitivos interessantes, mesmo enfaixados em ideias preconcebidas. O Mosteiro de Leça do Balio desmarca-se dos nossos entretantos: belíssimo na sua simplicidade antiga (com alguns dentes postiços) acolhe-nos na sua rosácea respeitável com o sol a tiracolo. E ficamos logo aí, espantados pela porta fechada e um olhar circundante que se perde no agradecimento. Dá-se o caso que mesmo sem sol teríamos ficado à espreita.

domingo, 10 de abril de 2011

Campo Santo*

Rua da Alegria, Porto (04-04-11)

Às vezes perco-me pelas ruas, e é-me sempre difícil voltar à tona. Não é necessário cartografar todos os momentos, mas penso, julgo que como W.G. Sebald, que precisamos de um presente com memória e de visitar a vida de vez em quando.

* Título retirado de um livro, ou melhor, de um conjunto de textos, de W.G.Sebald, que devem aliás o seu nome a um desses textos.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O poço da morte

Concelho de Águeda, (Março 2011)

Recordamo-nos da JAE, que entretanto terá mudado de nome. O caminho, a descer, sempre encerrou o mesmo modelo de desenvolvimento(?), ideal para cowboys no asfalto.

Assim vai o nosso país: decrépito e em inclinação inexorável.

sábado, 2 de abril de 2011

E agora qual é o plano?

Construção dos acessos ao novo Hospital de Braga, zona do Braga Parque, São Victor, Braga (02-04-11)

Primeiro era o hipermercado - a anteceder a urbanização. Depois acudiram mais prédios. Depois ainda, mais prédios a ocuparem os espaços prometidos para o estacionamento e os tais jardins que nunca chegaram. Entretanto chegou mesmo foi o centro comercial precedendo mais prédios e a circular com as suas rotundas. Tudo isto sem qualquer hierarquia de vias, passeios, bermas ou praças. Enfim, após o repasto, caiu do céu um tal retail parque, sem que ninguém se lembrasse dos acessos. Finalmente, chega-nos o hospital, lá bem no cimo, como os antigos conventos, talvez para estar mais próximo dos deuses. E constroem-se no meio, ou melhor, por cima disto tudo os acessos necessários. Bastaria apenas um passeio matinal, por exemplo, pela rua Quinta da Armada, para perceber a amálgama alucinada que infesta toda esta área: rua sem passeios, estreita, muralhada literalmente por casas e prédios e ainda assim sempre repleta de automóveis estacionados, cortada por um cruzamento (entre outros) inventado à socapa e sem visibilidade. Por ela circulam, veículos pesados de mercadorias, de transporte, autocarros, automóveis ligeiros, seres humanos adultos e crianças a caminho da escola, cães e gatos e bicicletas e motorizadas…

quinta-feira, 31 de março de 2011

A minha boca seca e sem metáforas

Parque das Nações, Lisboa (30-03-11)

Não sei como se passou mas esqueci-me do Sebald na mochila juntamente com as bolachas. Salvou-se uma banana, e enquanto caminhava recordava-me desta zona de Lisboa (Olivais e também Moscavide), que fazia fronteira imaginária com Loures (Sacavém), onde agora se espraia o Parque das Nações, antes de 1998. Fisicamente subsiste uma ideia sólida de mudança. Tudo de observação imediata. Todavia, ocorrem-me - num conluio de devaneios – vários pensamentos disformes, e a cada passo estremeço numa dúvida que sobe às árvores: Parque das nações?

Voltaremos.

terça-feira, 29 de março de 2011

Num espaço tremendo

Aguada de Baixo, Águeda (29-03-11)

Vindo de Avelãs de Caminho (nome inesquecível), empanturro em Aguada Este (de Baixo). Virei. Apenas uma curva e nada se esquece.

sábado, 26 de março de 2011

Sem saída

Baguim do Monte, Gondomar (24-03-11)

Ali jaz um frigorífico, talvez para nos recordar os gloriosos tempos dos depósitos de electrodomésticos decrépitos nas matas. Atrás de nós, sabe-se que existe uma pequena zona industrial perdida. À frente um corredor habitacional que parece caído de repente do espaço. Rodeando-nos, matas de eucaliptos, ou melhor, pequenos tufos de árvores entre paralelepípedos. E todo desagua num caminho decrépito. Baguim do Monte parece que faz parte de Rio Tinto, o qual parece que faz parte de Gondomar. Tudo junto, é um concelho retalhado e cosido conforme os desvarios e conveniências de quem não sabe que também está de passagem.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Plano inclinado ou...

Vindo de Oliveira de Azeméis, talvez já em São João da Madeira, (23-03-11)

Em cada momento o anterior. Um país eternamente de passagem, rumo ao abismo.

terça-feira, 22 de março de 2011

Na Primavera substituir os pulmões por dois grossos volumes gramaticais

Rua de Camões, Brito, Guimarães (22-03-11)

Sem conseguir pensar em qualquer conspiração de idiotas que nos governe, incluo uma passagem pela rua do senhor Camões, sem grande convicção que não seja a do momento. Brito, espelha-se em Guimarães, adolescente velho e rural a amadurecer entre novos equipamentos entretidos em estórias onde se remata uma história. Além, parece que fica o Espaço Guimarães, que pena, dizem-nos, ser já Silvares. Queria dizer que não importa, que não se nota sequer, mas acho que já vou tarde para desmanchar fronteiras imaginárias.

domingo, 20 de março de 2011

Arrastando-se naquela tarde sem rasgo

Alameda Padre Manuel Simões, Vila Nova de Famalicão (18-03-11)

Ali mesmo ao lado fica a Casa das Artes. À sua frente uma fiada de prédios novos amuralha a tal Alameda. Segue-se e talvez se encontrem logo campos, baldios, carros. Famalicão, cidade nova, sempre me intrigou: sente-se que algo palpita. Mas a sua fealdade corpórea, a sua estrutura urbana e concelhia completamente desconexa deixa-nos confundidos. Nada ali parece ter um real começo e um fim.

sábado, 19 de março de 2011

Enlevada ruína

Ponte românica(?), num afluente, segundo creio, do Vouga, Concelho de Águeda (18-03-11)


Ponte(s) sobre o Rio Vouga, Concelho de Águeda (18-03-11)
De passagem repetida, porque nem sempre as pontes nos levam para outro lado, dou por mim a pensar que o nosso país é bipolar: ora nos assombra sem qualquer melindre, como acima, ainda que por pouco tempo, ora nos entristece com espaços profundamente desconexos e disformes, desenraizados de qualquer conjunto. Estes ganham todo o terreno. Como diria um amigo meu, “ainda assim, prefiro as enlevadas ruínas”.

domingo, 13 de março de 2011

Restos de 2010: a alegoria do património *

Bath, Sul de Inglaterra, Património da Humanidade (Julho de 2011)

Bath, olhando para baixo, (Julho 2010)

Bath é um local postiço, onde até se paga para entrar em certos jardins. O turismo massificado com máquina a tiracolo associado ao revivescer fantasmático, corrói o espírito de qualquer viajante que queira passear-se pelas suas ruas e deitar-se à sombra das suas magníficas e gigantescas árvores. Entretanto, antes disso andaram por lá os Romanos, a banhos. E depois, após um interregno em que até o banho das quartas terá sido abolido, voltaram os banhos a sério na época Georgiana, os spas e as brincadeiras junto à piscina. Desse tempo ficaram um conjunto magnífico de edifícios, que lhe conferem uma unidade arquitectónica interessante, resultante obviamente de uma planificação de conjunto. A aristocracia e a burguesia (que prosperava) devem ter agradecido.

* “Alegoria do Património”, também é uma obra de Françoise Choay, Edições 70.

terça-feira, 8 de março de 2011

Terça de Carnaval

Rua D. António Barroso, Barcelos,  cliché não assinado, in Barcellos Revista 1910

Gosto de pensar, como Italo Calvino que “ a cidade não conta o seu passado” antes o contém “como as linhas da mão”. 

Ainda hoje esta rua se denomina D. António Barroso, mas toda a gente a conhece como Rua Direita.

sábado, 5 de março de 2011

Restos de 2010: amanhecer

São Victor, Braga (2010)

Recordo-o longinquamente como um amanhecer difícil cheio de beleza. A caminho do pão, mas posso estar equivocado…claro.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Cada vez mais andarilho de si próprio

Louro, Famalicão (04-03-11)

Ali, a conjecturada cidade. E à volta num caos de expectativas, a sobra. Dá-se o caso de nada crescer de novo rodeando a bomba de gasolina: fábricas avulso que agora se denominam empresas; casas imaginadas por cada qual; campos ao desbarato cuja fronteira de vinhas nos enche o copo. E uma fogueira para queimar tudo. Antes isso.

terça-feira, 1 de março de 2011

Faca na liga

São Felix da Marinha - ou Granja - (01-03-11)

Vindo de muito perto da Rua da Quinta do Facas, por caminhos travessos cheguei, numa passagem sem rum que o valha, perto do mar. São Félix da Marinha, ou mesmo a Granja, desencaminharam o meu trilho (por momentos) rumo ao Porto. Avizinham-se prédios mas, entre a devassa, muitas árvores e casas de várias épocas escoltam a passagem; livros e filmes, passando da Agustina ao Oliveira a pente fino, rendilham o lugar, onde a enciclopédia social medeia cada impressão recolhida. Nada como a quinta do facas.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Sem musa ou desdém por essa papoila dos inválidos

Algures junto à rua Dr. António Bernardino de Almeida, Porto, Fevereiro 2011

Ao chegarmos à rua Dr. António Bernardino de Almeida, espreitamos muitos edifícios, nem que seja de passagem. Toda a gente sabe. Eu gosto de árvores à contra luz, insinuando-se como hematomas na paisagem e mesmo assim projectando-se para outros elementos anexos a ela: casas velhas e barracos vivaços entre sebes, pequenos muros, mesmo ao lado do (des)conhecimento das escolas. Basta saltar a cerca.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Avisto-me sem novidades técnicas

Da Estrada de São Bernardo, Aveiro (25-02-11)

Nevoeiro matinal com sabor a mar. Pelo menos pareceu-me. Aveiro, assim de soslaio, merecerá várias investidas. Recordo-me de lá passar várias vezes de comboio, muitas luas atrás, com um amigo meu a debitar cenas sobre fenómenos físicos entre outros devaneios estimulantes, enquanto absorvíamos o aroma a Cacia. De repente, surgia a estação e, além, antigas fábricas assimilavam a paisagem com tijolos de burro.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Espantava-se com as corridas para atravessar a rua

Albergaria-a-Velha, (22-02-11)

Albergaria-a-Velha certamente que é uma passagem. Desde logo para quem circula de autocarro para o interior, mas não o será menos, se nos integrarmos no seu interior de pequenas veias de circulação acanhadas de carros, casas baixas a orientar o fluxo, e um centro que não desacredita o restante. A cada passo, a roupagem não nos alumia outro país que não se conheça e, apesar de tudo, a escala sendo humana, conforta o visitante apressado.