(GP)
[2011]
Não se consegue perceber por que razão as pessoas
asseguram não reparar nos sítios por onde passam, mesmo aqueles, sobretudo
esses, por onde se cruzam com os dias de forma regular. Acostumados com a
expressão passa-nos tudo ao lado,
acedemos compreensivelmente ao passa-nos tudo ao lado sobretudo aquilo que nos
é (supostamente) mais familiar, mas se assim é, se essa premissa for válida,
essas coisas que julgamos familiares, mais não são do que escolhos estranhos
que reconhecemos timidamente de passagem. Nem sempre a beleza é para aí chamada,
mas certo é perdê-la dando-a por adquirida. Se calhar, às vezes, é preciso
parar nas curvas.
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