O seu gesto constituía uma maneira subtil de não esquecer que também se havia de transformar em pó. (Melville)

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Experiência 5: janelas


(fotografia: GP)
[Londres - Jan. 2012]


Podemos perder-nos num parque. Podemos continuar perdidos. Podemos ser engolidos por uma multidão em Oxford Street, imaginando De Quincey à procura da sua amada (de facto foram duas). Podemos descer ao centro da terra com um livro de Verne nas mãos, qual paleontólogos de meia-tigela. Podemos roubar carris suficientes para fazer mais um trajecto alternativo Porto-Lisboa. Podemos encontrar o século XIX numa esquina. Podemos facilmente imaginar o Sebald a imaginar-nos algures. Podemos descer a um bar e entrar nas catacumbas da memória. Podemos encontrar um mapa de uma cidade que já não existe. Londres sabe disso. Londres sabe-a toda. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário